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    Fabricio Ferraz Professor de História

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    Equipe

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Língua Portuguesa do Brasil: Um sopro Africano em nosso idioma

Palavras que tem sua origem nas diversas línguas faladas pelos diferentes povos africanos:

A
abará: bolinho de feijão.
acará: peixe de esqueleto ósseo.
acarajé: bolinho de feijão frito (feijão fradinho).
agogô: instrumento musical constituído por uma dupla campânula de ferro, produzindo dois sons.
angu: massa de farinha de trigo ou de mandioca ou arroz.

B
bangüê: padiola de cipós trançados na qual se leva o bagaço da cana.
bangulê: dança de negros ao som da puíta, palma e sapateados.
banzar: meditar, matutar.
banzo: nostalgia mortal dos negros da África.
banto: nome do grupo de idiomas africanos em que a flexão se faz por prefixos.
batuque: dança com sapateados e palmas.
banguela: desdentado.
berimbau: instrumento de percussão com o qual se acompanha a capoeira.
búzio: concha.

C
cachaça: aguardente.
cachimbo: aparelho para fumar.
cacimba: cova que recolhe água de terrenos pantanosos.
Caculé: cidade da Bahia.
cafife: diz-se de pessoa que dá azar.
cafuca: centro; esconderijo.
cafua: cova.
cafuche: irmão do Zumbi.
cafuchi: serra.
cafundó: lugar afastado, de acesso difícil.
cafuné: carinho.
cafungá: pastor de gado.
calombo: quisto, doença.
calumbá: planta.
calundu: mau humor.
camundongo: rato.
candomblé: religião dos negros iorubás.
candonga: intriga, mexerico.
canjerê: feitiço, mandinga.
canjica: papa de milho verde ralado.
carimbo: instrumento de borracha.
catimbau: prática de feitiçaria .
catunda: sertão.
Cassangue: grupo de negros da África.
caxambu: grande tambor usado na dança harmônica.
caxumba: doença da glândula falias.
chuchu: fruto comestível.
cubata: choça de pretos; senzala.
cumba: forte, valente.

D
dendê: fruto do dendezeiro.
dengo: manha, birra.
diamba: maconha.

E
efó: espécie de guisado de camarões e ervas, temperado com azeite de dendê e pimenta.
Exu: deus africano de potências contrárias ao homem.

F
fubá: farinha de milho.

G
guandu: o mesmo que andu (fruto do anduzeiro), ou arbusto de flores amarelas, tipo de feijão comestível.

I
inhame: planta medicinal e alimentícia com raiz parecida com o cará.
Iemanjá: deusa africana, a mãe d’ água dos iorubanos.
iorubano: habitante ou natural de Ioruba (África).

J
jeribata: alcóol; aguardente.
jeguedê: dança negra.
jiló: fruto verde de gosto amargo.
jongo: o mesmo que samba.

L
libambo: bêbado (pessoas que se alteram por causa da bebida).
lundu: primitivamente dança africana.

M
macumba: religião afro-brasileira.
máculo: nódoa, mancha.
malungo: título que os escravos africanos davam aos que tinham vindo no mesmo navio; irmão de criação.
maracatu: cortejo carnavalesco que segue uma mulher que num bastão leva uma bonequinha enfeitada, a calunga.
marimba: peixe do mar.
marimbondo: o mesmo que vespa.
maxixe: fruto verde.
miçanga: conchas de vidro, variadas e miúdas.
milonga: certa música ao som de violão.
mandinga: feitiçaria, bruxaria.
molambo: pedaço de pano molhado.
mocambo: habitação muito pobre.
moleque: negrinho, menino de pouca idade.
muamba: contrabando.
mucama: escrava negra especial.
mulunga: árvore.
munguzá: iguaria feita de grãos de milho cozido, em caldo açucarado, às vezes com leite de coco ou de gado. O mesmo que canjica.
murundu: montanha ou monte; montículo; o mesmo que montão.
mutamba: árvore.
muxiba: carne magra.
muxinga: açoite; bordoada.
muxongo: beijo; carícia.
massagana: confluência, junção de rios em Angola.

O
Ogum ou Ogundelê: Deus das lutas e das guerras.
Orixá: divindade secundário do culto jejênago, medianeira que transmite súplicas dos devotos suprema divindade desse culto, ídolo africano.

P
puita: corpo pesado usado nas embarcações de pesca em vez fateixa.

Q
quenga: vasilha feita da metade do coco.
quiabo: fruto de forma piramidal, verde e peludo.
quibebe: papa de abóbora ou de banana.
quilombo: valhacouto de escravos fugidos.
quibungo: invocado nas cantigas de ninar, o mesmo que cuca, festa dançante dos negros.
queimana: iguaria nordestina feita de gergelim .
quimbebé: bebida de milho fermentado.
quimbembe: casa rústica, rancho de palha.
quimgombô: quiabo.
quitute: comida fina, iguaria delicada.
quizília: antipatia ou aborrecimento.

S
samba: dança cantada de origem africana de compasso binário (da língua de Luanda, semba = umbigada).
senzala: alojamento dos escravos.
soba: chefe de tribo africana.

T
tanga: pano que cobre desde o ventre até as coxas.
tutu: iguaria de carne de porco salgada, toicinho, feijão e farinha de mandioca.

U
urucungo: instrumento musical.

V
vatapá: comida.

X
xendengue: magro, franzino.

Z
zambi ou zambeta: cambaio, torto das pernas.
zumbi: fantasmas.

Receitas - Culinária Afro-Brasileira

Vatapá
Ingredientes:
2 colheres (sopa) de azeite (ou óleo)
2 dentes de alho picados
1 cebola picada
2 tomates sem pele e com sementes picados
½ pimentão verde picado
2 colheres (sopa) de extracto de tomate
200 g de camarão fresco sem casca
2 colheres (sopa) de camarão seco dessalgado e moído
1 lasca de gengibre picada
½ xícara (chá) de farinha de rosca
½ xícara (chá) de creme de arroz dissolvido em 400 ml de leite de coco
¼ xícara (chá) de castanha de caju torrada
¼ xícara (chá) de amendoim torrado e sem casca
coentro e cebolinha verde picados a gosto
sal a gosto
1 colher (sopa) de azeite de dendê
Confecção:
Numa panela com azeite (ou óleo) refogue alho picado e cebola picada até dourar. Junte tomates sem pele e com sementes picados, pimentão verde picado e extracto de tomate.
Mexa bem.
Junte camarão fresco sem casca, camarão seco dessalgado e moído, gengibre e farinha de rosca.
Sem parar de mexer, acrescente creme de arroz dissolvido em leite de coco, castanha de caju torrada e amendoim torrado e sem casca.
Mexa até ficar cremoso.
Dica: se ficar um creme muito grosso, acrescente um pouco mais de leite de coco.
Tempere com coentro e cebolinha verde picados a gosto, acerte o sal e por último incorpore azeite de dendê.
Deixe esfriar e recheie as forminhas de massa de feijão fradinho (ver).


ACARAJÉ
Ingredientes
• 1 litro de azeite de dendê para fritar
• 1 colher (sobremesa) de sal
• 1 dente de alho
• 1 colher (chá) de gengibre ralado
• 300 g de cebola em pedaços
• 1 kg de feijão fradinho quebrado

Camarão para Acarajé:
• 1 cebola picada em pedaços bem pequenos
• 1 xícara (chá) de caldo de peixe ou de camarão
• coentro a gosto
• ½ xícara (chá) de azeite de dendê
• 100 g de camarão seco defumado sem cabeça

Preparo da Receita
Numa bacia grande, coloque o feijão e lave várias vezes, até sair toda a casca. A seguir, deixe de molho por 3 horas. Escorra o feijão, coloque no liquidificador, junte a cebola, o gengibre, o alho e o sal e bata até obter uma pasta. Antes de fritar, bata novamente a pasta com uma colher, até ficar bem fofinha. Numa panela grande, aqueça bem o azeite-de-dendê. Com a ajuda de duas colheres, molde os bolinhos e frite-os no azeite. Sirva-os recheados com camarão ou com os recheios à parte. Camarão para acarajé: Numa panela, coloque todos os ingredientes e misture. Leve ao fogo e refogue por 3 minutos.

CARURU
Ingredientes:
1/2 kg de quiabo cortado em pedaços bem pequenos
suco de limão
250 g de cebola picada
75 g de amendoim moído ou
75 g de castanha de caju moída
200 g de tofú defumado picado(opcional)
1 colher (chá) de gengibre ralado
1 colher (sopa) de coentro picado
150 ml de azeite de dendê (pode ser em menor quantidade)
sal a gosto
Preparo:
Numa panela, coloque os quiabos em água fervente com sal por 5 minutos. Adicione o suco de limão. Escorra numa peneira, para eliminar um pouco da baba. Enquanto isso, bata no liquidificador a cebola, metade do amendoim ou da castanha-de-caju, o gengibre e o coentro. Bata até ficar homogêneo e transfira a mistura para uma panela. Junte o quiabo, leve ao fogo e deixe cozinhar, adicionando, aos poucos o azeite-de-dendê e metade do tofú, mexendo sempre, até ficar com uma consistência pastosa. No final do cozimento, adicione o tofú restante.

Arroz-de-Hauçá
Duas xícaras de arroz, três colheres (de sopa) de óleo, uma colher (de chá) de sal, duas xícaras de água fervente e meio quilo de carne-do-sertão, dita carne-de-sol.
Lave e escorra bem o arroz. Coloque o óleo numa panela. Frite o arroz no óleo, mexendo com uma colher de pau durante uns 10 minutos sobre o fogo baixo.
Junte as xícaras de água com sal. Mexa e bata, até levantar, em fogo vivo. Baixe o fogo e deixe cozinhar durante 20 minutos, talvez 25, até que a água evapore.
Experimente. Se não estiver cozido e bem ligado, junte mais um pouco de água. Quando estiver duro como pirão, Tome a carne-do-sertão (de preferência do peito), corte em pedacinhos, escalde e leve para cozinhar numa frigideira com cebola, alho e pouca água. Deixe secar e frigir na própria gordura da carne. Quando a carne estiver bem torradinha, despeje por cima do arroz e sirva. Ou sirva com a carne em volta do arroz.

Arroz-de-viúva
Ao bagaço de coco do qual já tenha extraído o leite puro, junte a água morna e esprema.
Nesse leite ralo cozinhe o arroz temperado apenas com sal.
É acompanhamento bom para peixes.

Feijão-de-leite
Cozinhe o feijão-mulatinho ou preto, socado ou moído, para desprender a película que o envolve. Passe na peneira.
Use a quantidade de leite de coco suficiente para dissolver a massa.
Junte um pouco de sal e um pouco de açúcar, levando ao fogo até tomar ponto.

Feijão-de-azeite
Afervente o feijão-mulatinho ou o fradinho em água e sal. Escorra na peneira.
Tempere com azeite-de-dendê, sal, camarão seco, cebola e alho bem ralados.
Deve ficar bem sequinho.
Pode ser comido com farinha e também é acompanhamento para peixes.

Farofa de Azeite-de-dendê
Frite numa frigideira com azeite-de-dendê uma porção de cebola ralada ou bem picada.
Despeje farinha de mandioca torrada. Mexa até ficar sequinha.
(Querendo, pode fritar, alguns camarões secos ou frescos, já cozidos, passados na máquina ou não.) Serve para acompanhar peixe.

Farófia
500 gramas de carne-do-sertão (também dita em outras terras carne-de-sol, carne-de-vento), 100 de toicinho e 500 de farinha, mais uma cebola, coentro e cebolinha picadas, além de duas colheres (de sopa) de banha.
Ponha a carne de molho na água fria por duas horas. Lave em água quente e corte em pedaços miúdos. Lave novamente, junte o toicinho cortado e a banha.
Leve ao fogo. Quando a carne estiver cozida, ponha o coentro e a cebola. Ferva um pouco.
Faça a farófia mexendo farinha de mandioca com um pouco de água fervente,com cebola, cebolinha e coentro. Depois junte a carne, mexendo bem.

Banana frita em Azeite-de-dendê
Descasque a banana-da-terra e corte em fatias. Frite em azeite-de-dendê.
Assim, acompanha carne ou peixe.
Polvilhada com açúcar e canela, é sobremesa ou acompanha o café.

Carne-seca com Abóbora
Afervente uma porção de carne-seca (também dita charque), até sair o sal.
A carne não deve ser gorda. Corte em pequenos pedaços.
Faça um tempero com sal, cebola, pimenta e alho.
Leve uma panela ao fogo com banha. Quando estiver quente, junte a carne com o tempero para refogar. Depois, ponha um pouco de água e deixe cozinhar.
Quando a carne estiver quase amolecida, junte abóbora – também dita jerimum – ou banana-da-terra cortada em pedaços.

Quibabá
Triture ligeiramente o milho verde e ponha para cozinhar com feijão também verde.
Tempere com torresmo, sal, cebola, cominho e pimenta-do-reino.
Come-se com lingüiça assada na brasa e farinha.

Quibebe
Deixe um pedaço de carne-seca de molho, de um dia para outro.
Escalde a carne, corte em pedacinhos.
Machuque um pouco de alho, cebola e salsa, despejando na panela.
Aí, leve a cozinhar, acrescentando um pouco de pimenta-do-reino.
Quando a carne estiver quase cozida, ponha a abóbora cortada em pedaços e junte um pouco de água. Estando o caldo grosso, está pronto.

Quibebe com quiabo
Corte a abóbora (sempre da vermelha) em pedaços.
Faça um refogado com manteiga, cebola e tomate cortados miudinhos e uma pimenta-malagueta bem socada.
Junte ao refogado os pedaços de abóbora e pouca água. Abafe e deixe cozinhar em fogo lento. Quando a abóbora começar a amolecer, junte quiabos verdinhos, cortados em rodelas. Quando estiver bem cozida, a abóbora deve ser amassada com um garfo.

Ensopado de bacalhau
Ponha o bacalhau de molho, na véspera, com água e farinha.
No dia seguinte tire a pele e as espinhas grandes, cortando em pedaços.
Faça um ensopado com chuchu, mamão verde e batata-do-reino.
Deve levar bastante leite de coco grosso e mais coentro, cebola, alho, tomate, pimentão e azeite doce (que é como os baianos chamam o azeite de oliva).
Come-se com arroz-de-viúva e muito vinagre.

Frigideira de camarão
250 gramas de camarão seco e ¾ de xícara de azeite doce e 1 250 gramas de camarões frescos, limpos, temperados com suco de limão e sal. Mais três cebolas grandes, seis tomates, um dente de alho, ¾ de xícara de salsinha picada, uma colher (de chá) de coentro moído, um coco fresco ralado, uma pimenta-malagueta e seis ovos.
Deixe o camarão seco de molho em água. Aqueça o azeite numa frigideira e frite o camarão fresco durante cinco minutos. Passe ¾ do camarão fresco pela máquina de moer, junto com a cebola, os tomates, o alho, a salsinha, o coentro e o camarão seco.
Acrescente os camarões frescos inteiros que sobraram e uma xícara de coco ralado.
Do coco restante, tire o leite, e junte tudo.
Leve ao fogo, mexendo bem até que o líquido evapore.
Bata os ovos e reserve metade. Junte uma parte à mistura, mexendo vigorosamente. Coloque numa frigideira de barro ou em uma forma refratária e cubra com os ovos batidos reservados. Leve ao forno moderado, para dourar.
Sirva enfeitado com rodelas de cebola crua e camarões graúdos fritos sem casca.

Frito
Frito é uma farofa, ou farófia – como querem os baianos – que se faz com carne de porco em pequenos pedaços, frita com cebola, pimenta-do-reino, alho e coentro, tudo bem socado e salgado.
Uns juntam só a farinha, na mesma panela, mexendo até dourar.
Outros acrescentam um pouco de manteiga-do-sertão, também dita manteiga-de-garrafa.

Maniçoba
Escolha e lave uma quantidade de folhas tenras de aipim.
Depois de tirar os talos, passe na máquina de moer.
Deite água quente, escorra, esprema e leve as folhas à panela onde já devem estar refogados carne-seca, carne fresca, mocotó, toicinho e lingüiça.
Deixe cozinhar até as carnes ficarem bem macias. Antes de retirar, acrescente um refogado com banha, louro, alho, cebola, hortelã, pimenta-do-reino e cominho.

Moqueca de peixe
1 250 gramas de filés de peixe, cinco a seis sementes de coentro, uma cebola, uma pimenta-malagueta e dois tomates, uma pitada de sal e o suco de um limão, uma xícara de água e meia de azeite-de-dendê.
Amasse o coentro com a cebola, a pimenta e os tomates, até obter uma pasta.
Junte o sal e o suco de limão. Deixe o peixe de molho nessa mistura durante pelo menos uma hora.
Coloque o peixe e o molho numa panela com tampa.
Junte água e óleo, cozinhando sobre fogo médio, até o peixe ficar macio.
Serve-se com arroz-de-auça ou com pirão feito no caldo.

Quizibu
Quizibu é milho verde debulhado e quiabo verde, temperados com bastante torresmo e cozidos até se tornarem uma papa.
Come-se com carne-de-sol passada na brasa.

Sarapatel
Tripas e miúdos de porco bem limpos, lavados com limão e aferventados.
Depois de cortar tudo em pedacinhos, faça o tempero: coentro, pimenta-do-reino, sal, folha de louro, cravo-da-índia (dois, moídos), tudo muito bem socado.
Junte tudo e deixe estar, tomando gosto. Afervente, em separado, o sangue, que é depois esfarelado dentro da panela. Ponha um pouquinho de água e deixe cozinhar, sem pressa, até de um dia para outro. Depois, junte carne-seca bem gorda, quiabo, abóbora e jiló, além de um pedaço de toicinho.
Antes de tirar a panela do fogo para servir, é indispensável juntar umas pimentas-de-cheiro.
Come-se com farinha de mandioca.

Xinxim
Limpe um frango ou galinha nova e parta pelas articulações.
Tempere com uma colher (de chá) de sal, um alho moído, o suco de um limão.
Faça um refogado com uma xícara de azeite-de-dendê, uma cebola picada, uma xícara de camarão seco moído, 100 gramas de amendoim torrado e moído, ¼ de xícara de salsa picada e uma pimenta-malagueta amassada. Junte a galinha, refogue bem e vá acrescentando água, pouquinho de cada vez, até cozinhar a galinha e formar um bonito molho. Sirva com arroz-de-auça ou com farofa de azeite-de-dendê.

Molho de camarão
Duas colheres (de sopa) de azeite doce e uma cebola cortada fino, mais uma pimenta-malagueta picada, uma xícara de camarão fresco, limpo e picado, meia colher (de chá) de noz-moscada, duas xícaras de leite, sal e pimenta, duas colheres (de sopa) de Maizena.
Aqueça o azeite, frite a cebola, a pimenta, o camarão. Junte depois a noz-moscada e o leite.
Engrosse com Maizena e tempere a gosto. Serve para peixe e camarão.

Molho de camarão e coco
Um coco ralado, uma xícara e meia de água fervente, uma colher (de sopa) de manteiga, outra colher (de sopa) de cebola picada, mais uma xícara de massa de tomate e tempero a gosto.
Junte a água fervente ao coco ralado e esprema todo o leite de coco.
Prepare um molho branco com a manteiga, a farinha e o leite de coco. Reserve.
Frite o camarão e a cebola na manteiga restante, junte a massa de tomate e o tempero.
Misture tudo, verifique o tempero e engrosse com mais farinha, se for necessário.
Sirva sobre peixe.

BOBÓ
INGREDIENTES
500 g de aipim cozido
1 garrafa de leite de coco 600 ml (reserve 1 xícara de café)
2 cebolas médias picadas
1 colher de sopa de coentro picado
1 colher de sopa de cebolinha picada
3 colheres de sopa de azeite
3 dentes de alho picados
1 kg de camarão fresco, limpo e sem cascas
1/2 xícara de chá de azeite de dendê a gosto
sal a gosto

PREPARO
No liqüidificador bata o aipim com o leite de coco até ficar um creme firme, retire do liqüidificador
Reserve.
liquidifique a cebola, o coentro, e a xícara de café de leite de coco até formar um creme verde.
Reserve.
Numa panela coloque o azeite.
Refogue o alho, os camarões frescos.
Junte o molho verde e deixe ferver.
Acrescente o creme de aipim reservado.
O azeite de dendê e o sal, mexendo até ferver.

QUIBEBE
Ingredientes
1Kg de jerimum (abóbora)1 cebola picadinha2 dentes de alho amassadosAzeite, sal e pimenta250ml de leite de coco
Modo de Fazer
Refogue a cebola e o alho no azeite. Junte o jerimum e deixe cozinhar até ficar macio. Vá juntando água aos poucos, se necessário, para que não pegue no fundo da panela. Amasse ou passe pelo espremedor ou processador. Volte ao fogo com o leite de coco e deixe ferver mexendo até engrossar

Mondongo Ensopado com Batata
Ingredientes
1kg de mondongo bem limpo4 batatas-inglesas médias1 cebola média picada3 tomates sem casca picados3 dentes de alho picados3 folhas de louro1 pimenta vermelha cortada em rodelas finasfolhas de manjerona½ xícara de salsa e cebolinha picada sal a gosto
Modo de preparo
1. Corte o mondongo em tiras de um centímetro de largura e seis a sete centímetros de comprimento.2. Ferva as tiras em panela de pressão com o sal e as folhas de louro por aproximadamente uma hora.3. Frite a cebola, o alho e o tomate e acrescente a manjerona e a pimenta. 4. Junte ao molho o mondongo já cozido e as batatas cortadas em cubo.5. Coloque água até um dedo acima da mistura. Mexa bem e acrescente sal caso seja necessário.6. Deixe ferver em fogo médio até as batatas amolecerem.
Dica: Para tirar o cheiro forte do mondongo, lave com água e cal virgem ou escove bem os favos em água corrente.

Heranças da Culinária Afro-Brasileira

O negro introduziu na cozinha o leite de coco-da-baía, o azeite de dendê, confirmou a excelência da pimenta malagueta sobre a do reino, deu ao Brasil o feijão preto, o quiabo, ensinou a fazer vatapá, acarajé, angu e pamonha. A cozinha negra, pequena mas forte, fez valer os seus temperos, os verdes, a sua maneira de cozinhar. Modificou os pratos portugueses, substituindo ingredientes; fez a mesma coisa com os pratos da terra; e finalmente criou a cozinha brasileira, descobrindo o chuchu com camarão, ensinando a fazer pratos com camarão seco e a usar as panelas de barro e a colher de pau.

Acarajé: Herança gastronômica que já virou tradição na Bahia.

O primeiro negro pisou no Brasil com a armada de Martin Afonso. Negros e mulatos (da Guiné e do Cabo Verde) chegaram aqui em 1549. Mas os iorubanos ou nagôs, os jejes, os tapas e os haussás, todos sudaneses islamitas e da costa oeste também, fizeram mais pela nossa cozinha porque eram mais aceitos como domésticos. O africano contribuiu com a difusão do inhame, da cana de açúcar e do dendezeiro, do qual se faz o azeite-de-dendê. O leite de coco, de origem polinésia, foi trazido pelos negros, assim como a pimenta malagueta e a galinha de Angola.

A cozinha dos negros se formou no Nordeste brasileiro mas teve origem no Recôncavo Baiano. E nessa região - do mar às portas do sertão - foi se formando uma cozinha, a "cozinha baiana" - também chamada de "comida de azeite", numa referência ao azeite-de-dendê, um de seus ingredientes básicos, o óleo extraído da polpa do fruto da palmácea Elaeis guineensis.

Canjica de milho branco com camarão defumado e refogado em azeite e leite de coco.

Foi o azeite dessa palmeira - da polpa, não da semente, que esta tem outros usos e outro nome - que deu a cor e o gosto às comidas afro-brasileiras e definiu, iconicamente, a participação africana no sistema alimentar brasileiro. Podemos, então, falar em "cozinha de azeite" - ou "comida de azeite", ou "de dendê" - e entender que nos referimos a toda uma série de comidas, de uma segura origem 'africana', pelo elemento tipificador, identificador de suas origens.

É valido acrescentar ainda que essa cozinha tão marcadamente africana - que a ideologia de um sistema religioso ajudou a criar e de certa maneira ajuda a preservar-se encontra atualmente espalhada por todo o país. Do Pará, da Amazônia, de Porto Alegre, surgem, com freqüência, publicações que documentam a crescente expansão do candomblé e, por conseqüência, da comida que não hesite em chamar, ainda, de afro-brasileira.
Fonte: 500melhores

Candomblé, afinal o que é?


Desde o século XVI milhões de negros vindos da África chegaram à costa brasileira, são de diversas etnias, que, mesmo considerada a diversidade cultural, comungam do fato de terem perdido as referências territoriais e comunitárias.
Restavam-lhes apenas os valores e princípios que demarcavam sua visão de mundo.
Esse grupo utiliza as mais diversas formas e táticas de  sobrevivência.
Importante que se diga, que não se tratava apenas de uma sobrevivência espiritual, mas principalmente do corpo, de uma forma de viver.

Diante da adversidade da escravidão, era preciso recompor as referências perdidas. A religiosidade se prefigurou como um dos caminhos possíveis nessa empreitada, e o Candomblé, dentre outras manifestações religiosas se singularizou na manutenção de valores e princípios negros na diáspora. O Candomblé em sua expressão de maior magnitude, a comunidade-terreiro, permitiu a recriação de laços  comunitários e territoriais aniquilados com a escravidão.

Mas afinal o que é Candomblé?
Em primeiro lugar se faz necessário pensar que se trata de uma poderosa síntese que se processou em território brasileiro, sendo assim resultado de um longo e doloroso processo histórico, no qual os negros escravizados e, posteriormente os libertos, tecem laços comunitários e territoriais, consideradas as diversidades adversidades.  O negro se moveu, resistiu, se comunicou entre os fios da rede da repressão.
Entender essa tensa rede de acordos e enfrentamentos, de avanços e retrocessos, de disputas e acertos internos é o longo caminho para se compreender o que é o Candomblé. Nesse sentido, se lança mão aqui de uma metáfora para se tentar chegar a um primeiro entendimento do que seja candomblé, ou pelo menos uma de suas traduções possíveis:
Imagine que uma pessoa viaja até a África e que lá chegando conhece um determinado prato da culinária local, interessando-se pelo referido prato, solicita a receita e descobre que alguns dos ingredientes não existem no Brasil, e, mesmo assim, consegue os ingredientes e volta ao Brasil, onde resolve reproduzir o prato, mas se propõe a algo mais, ou seja, resolve inventar um novo prato, que embora contenha ingredientes africanos não lembra nenhum prato conhecido na África.
Portanto é um prato brasileiro. Assim é o Candomblé, pois mesmo considerados os elementos simbólicos e religiosos africanos (ingredientes) é resultado do processo histórico na diáspora, é síntese da inventividade dos partícipes. As palavras inventividade e recriação são fundamentais à compreensão do papel do negro escravizado ou liberto na diáspora.
O Candomblé agrega territorialmente elementos que no território africano eram dispersos e objeto de cultos locais e até isolados. Muniz Sodré nesse sentido afirma:

Do lado dos ex-excravos, o terreiro de (de candomblé) afigura-se como a forma social negro-brasileira por excelência, por que além da diversidade existencial e cultural que engendra, é um lugar originário de força ou potência social para uma etnia que experimenta a cidadania em condições desiguais. Através do terreiro e de sua originalidade diante do espaço europeu, obtêm-se traços de fortes subjetividade histórica das classes subalternas no Brasil (SODRÉ.1988,p.18)

Retomando o conceito de comunidade-terreiro, percebe-se que a mesma implica além da junção de elementos dispersos e distantes, uma nova concepção de comunidade, que agrega vivos e mortos, implica em uma relação de troca entre os vivos e os ancestrais, entre deuses e seres humanos, implica ainda em uma visão de ser humano que negocia com os deuses e ancestrais uma boa vida na terra, uma vida alegre, criativa e em constante movimento, pois para o Candomblé nada é estático, tudo é movimento, tudo é troca constante.

A idéia de movimento remete a um dos elementos mais importantes do Candomblé, que a figura de Exu, senhor do movimento sem fim, é responsável pela existência dinâmica da realidade, tudo muda, seres humanos, árvores, pedras, todos são parceiros em uma relação que é dada pela dimensão de um jogo cósmico. As possibilidades vão sendo construídas e destruídas o tempo todo. O segredo da regra do jogo encontra-se na palavra acerto, ou seja, acertar um ponto, fechar um acordo, alterar uma situação, enfim simular e dissimular a realidade. Uma grande figura do Candomblé, o professor Agenor Miranda da Rocha , dizia com propriedade: Candomblé é um sistema cuja base é Exu.

Assim sendo, na impossibilidade de um ponto fixo de referência, e de uma conversão à uma verdade eterna e imutável, como caminha a civilização ocidental
desde Platão, o Candomblé acena sempre com a possibilidade de se mudar o mundo e o destino. Busca-se enganar a morte, nem que seja por uma vez. O candomblé não se prefigura como um espaço de conversão à uma única verdade. Pertencer a uma comunidade-terreiro não exige o pressuposto da adesão a verdade, basta estar ali. Em uma festa ou cerimônia pública não se pergunta se a pessoa acredita ou não na divindade presente, ou nos princípios ali vigentes.

Os deuses existem independentemente da fé. Deve se entender Candomblé como um espaço de enfrentamento do projeto universalista da civilização ocidental. Na comunidade-terreiro o homem é capaz de estabelecer uma relação de troca sem que sobre um resto a ser apropriado economicamente e em favor de algum grupo
dominante .
A comunidade-terreiro recria a referência territorial-comunitária perdida em razão da escravidão. Os negros e seus descendentes reconstituem possibilidades de enfrentar o mundo que lhes é hostil e adverso.

Candomblé e Modernidade – considerações finais
O Candomblé, embora não se possa dizer que esteja fora da modernidade, implica em pontos de enfrentamento a esse projeto de ocidentalização do mundo pela lógica do mercado. Alguns aspectos da comunidade-terreiro apontam na direção de negar a modernidade. Entre esses pontos podem ser destacados: a relação com o corpo, que deixa de ser uma mercadoria, a impossibilidade da reprodução ad infinitum dos bens, a relação com o tempo e com o espaço.
A crença na palavra do pai fundador que se traduz no culto à ancestralidade, o reforço do sentido coletivo do agir humano que se choca frontalmente com o individualismo moderno; a crença no movimento constante da vida e dos homens, a crença na palavra e a desnecessidade de contratos escritos para garantir o cumprimento de um acordo e finalmente a negação de um dos sentidos da existência, a noção de axé. Para os adeptos do Candomblé a vida é um ato de alegria que se perpetua entre os parceiros do cósmico. Mas viver o hoje não implica uma visão pós-moderna de vida, um imediatismo infrutífero, mas sim, uma relação de ética comunitária, a felicidade de um deve estar imbricada com a felicidade de todos. Afinal isto é Candomblé.

Referências Bibliográficas
SODRÉ,Muniz, A verdade seduzida: Por um conceito de cultura no Brasil: Rio de Janeiro,CODECRI, 1983.
___________, O terreiro e a cidade: A forma social brasileira, Petrópolis: Vozes,1988.

http://www.deezer.com/br/

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